LÍDER: Douglas Formigosa
O ator de Cristo
A linguagem que o núcleo de Teatro da Cia. AdorArte transmite diferencia-se da linguagem dos grupos seculares não pelo simples fato de estarmos encenando dentro de uma igreja, ou pelo motivo de estarmos propagando o evangelho através de peças cristãs.
Pensamos que seja necessário repensar algumas técnicas, ideias e filosofias desenvolvidas na vida dos atores que tem esta arte como uma simples profissão e acreditam que para serem excelentes profissionais basta realizar seu trabalho com bastante realismo através de técnicas bem apuradas a ponto de emocionar os espectadores.
O corpo humano é a ferramenta de trabalho dos artistas de teatro, porém, para nós, artistas cristãos, o corpo está além de um conceito que o visa como uma simples ferramenta:
“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?". (ICo 6.19)
Uma vez que entendemos este princípio não podemos usar o nosso corpo de qualquer forma sobre a justificativa profissional. É possível transmitir realidade e convencimento sem expor o corpo conhecido como templo do Espírito Santo para os cristãos.
Encarnar uma personagem é uma técnica bastante difundida no meio secular e trás resultados ótimos, tecnicamente falando, porém, como artistas de Cristo, não estamos somente a procura de resultados técnicos, mas também de resultados emocionais e espirituais, estamos preocupados primeiramente com pessoas e depois com apresentações.
Quando algum ator se propõe a encarnar uma personagem automaticamente está abrindo portas para influencias emocionais daquela personagem. Este é um grande motivo pelo qual podemos observar vários atores envolvidos em divórcios, brigas, drogas, infidelidade, depressão e vários outros fatores emocionais que estão intimamente ligados à vida que suas personagens desenvolviam em cena.
Além disso, o que dizer quando tiver que interpretar, por exemplo, um viciado, homossexual ou algum demônio? Se partir deste pressuposto técnico, terei que praticar os mesmos atos destas personagens e se eu resistir, com certeza sofrerei por estar bastante desejoso.
Em cena precisamos estar conscientes daquilo que estamos encenando. Teatro cristão não é um faz de conta, não é incorporação e sim uma verdadeira intercessão, um verdadeiro entendimento profundo daquilo que se passa na vida de uma personagem, sem esquecer princípios, sem perder a consciência, voce é totalmente responsável pelo que faz em cena e será julgado por isso:
“E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns”. (ICo 9.20-22)
Apóstolo Paulo, um grande ator cristão, se fez de tudo para todos sem trair os princípios divinos.
Lembre-se que todo ator cristão deve ser um intercessor o qual sente, compreende e intervém nas causas que expressam sua personagem, fora disso não passa de um simples ator secular atuando em nome de Jesus Cristo.
Prof. Thyêgo Rodrigues
